Disforia de Gênero - IUN - Urologia

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Notícia

Disforia de Gênero

Na atualidade, diversos termos vêm sendo utilizados para definir identidade de gênero e suas diferentes possibilidades. No sentido de melhor situar a questão a ser tratada neste artigo, são apresentadas abaixo essas definições:

Sexo – estado biológico pessoal (cromossômico, hormonal, gonadal e genital) como homem ou mulher. O sexo designado ao nascimento é baseado na aparência genital, supondo-se que outros componentes do sexo são consistentes com esse
sexo genital do recém-nascido. 

Gênero – atitudes, sentimentos e comportamentos associados à experiência e à expressão de um sexo biológico. 

Identidade de gênero – a experiência de si mesmo como um menino ou homem, uma menina ou mulher, um misto dos dois, nenhum deles ou como um gênero intermediário. Alguns indivíduos (particularmente em culturas que aceitam a ideia de gêneros intermediários entre homem e mulher) identificam-se como membros do “terceiro gênero”.

Expressão de gênero – frequentemente influenciada por estereóti po de gênero, baseia-se na aparência, na vestimenta, no comportamento e nos interesses. 

Estereótipo de gênero – ideias, pertinentes à cultura e época nas quais o indivíduo vive, referentes às diferenças de características que homens e mulheres têm ou deveriam ter. Muitos transgêneros podem sofrer rejeição por não seguirem um estereótipo de gênero. 

Cisgênero – trata-se de um pessoa cuja identidade de gênero coincide com o sexo designado ao nascimento e com sua própria percepção de gênero, não experimentando incongruência de gênero. 

Incongruência de gênero – discrepância entre o sexo designado ao nascimento e a experiência de gênero. Apresenta dois aspectos: incongruência social (identidade pessoal de gênero versus aquela que os outros reconhecem, com base no sexo designado ao nascimento) e incongruência física (identidade de gênero versus características sexuais primárias e secundárias). 

Disforia de gênero – descon forto ou sofrimento associado à in congruência de gênero (social, física
 ou ambas). 

Transição de gênero – envolve mudança de aparência (roupas e cabelo) e nome, obtenção de novos documentos ou simplesmente
adoção de novo nome. Esta é a transição social. Pode ocorrer, ainda, transição física, com mudanças no corpo, as quais facilitam a mudança social. Aqueles que se envolvem com mudanças físicas são geralmente identificados como transexuais. 

Orientação sexual – trata-se da atração sexual direcionada para pessoa do sexo oposto (heterossexuais), do mesmo sexo (homossexuais) ou de ambos os sexos (bissexuais). 

Pessoa transgênero – aquela que experimenta um certo grau de incon
gruência de gênero.

Homem transgênero – designado mulher ao nascimento, mas que se identifica como homem. 

Mulher transgênero – designada como homem ao nascimento, mas que se identifica como mulher.

 No Brasil, para se submeter à cirurgia de redesignação sexual, o indivíduo deve ser maior de 21 anos (redução para 18 anos está em discussão no Ministério da Saúde) e ter sido acompanhado por pelo menos 2 anos de psicoterapia. O laudo psiquiátrico e os procedimentos pré- vios são indispensáveis, uma vez que a cirurgia é irreversível. Equívoco no diagnóstico pode resultar em depressão, quadros psicóticos, automutilação, tentativa de suicídio e suicídio do paciente. Na atualidade, um grupo de experts está trabalhando junto ao CFM para rever e atualizar a normatização vigente e propor uma nova sistemática que será votada pelo Conselho, para ser posteriormente aplicada.

O desenvolvimento da identidade de gênero é um processo complexo e multifatorial,envolvendo fatores genéticos, hormonais e ambientais.

Fonte: BIU · Boletim de Informações Urológicas · Mai/Jun 2018