Urologia Pediátrica - IUN - Urologia

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Urologia

Urologia Pediátrica

Agenesia Renal
Quando a criança nasce sem rim, é uma anormalidade do desenvolvimento embrionário. Pode ser bilateral, isto é, nascer sem os dois rins, sendo incompatível com a vida. Quando é unilateral, não apresenta nenhum sintoma e não necessita tratamento desde que o rim seja normal. Agenesia bilateral é rara, ocorre em uma criança a cada 10.000 nascimentos. E a unilateral em 1 a cada 1.000 / 1.500 nascimentos.

Ectopia Renal
É a presença do rim em outro lugar que não o habitual. Pode estar próximo da bexiga, do abdome ou até mesmo do tórax. Não causa sintomas e não precisa ser tratado desde que não tenha outras alterações. Ocorre em 1 a cada 500 pessoas.Rim Ferradura - quando os dois rins são unidos pela extremidade inferior e assumem um formato de ferradura. É uma anomalia de fusão. A maioria dos casos é normal, assintomático e não necessitam tratamento, porém 25% desenvolvem dilatações devido à obstrução da junção pielo-ureteral, sendo freqüente o aparecimento de cálculos renais. Incide em uma pessoa a cada 400, sendo mais freqüente em homens na proporção de 2 para 1.

Rim Multicístico Displásico
O rim não se desenvolve, sendo substituído por múltiplos cistos. A causa exata é desconhecida, porém, parece estar relacionada à obstrução do ureter no início da gestação. Pode ser volumoso e comprimir outros órgãos do recém nascido e quando isto ocorre, deve ser removido com cirurgia (nefrectomia). Na maioria das vezes, não é tão grande e regride (involue) espontaneamente, não merecendo tratamento. Ocorre em um a cada 4.300 nascimentos, sendo mais freqüente em mães diabéticas. Em até 40% dos casos pode ocorrer outras alterações congênitas no outro rim.

Obstrução Pielo-Ureteral
É a restrição à passagem de urina do rim ao ureter. Na maioria das vezes é diagnosticado por ultra-som durante a gestação. Conforme o grau de obstrução pode acarretar dilatações importantes, infecções e perda da função renal. O que ocorre em cerca de 20% das crianças, sendo então necessária a correção cirúrgica. É a causa mais freqüente de dilatação renal durante a gravidez, sendo que 50% regride espontaneamente ao nascimento. Ocorre três vezes mais no menino e no rim esquerdo. Acomete os dois rins em 30% dos casos.

Megaureter
É a presença do ureter dilatado, associado ou não a dilatação do rim. Geralmente é diagnosticado por ultra-som durante a gestação e na maioria das vezes (80%) não necessita tratamento. Porém pode causar infecção urinária, dor e lesão renal, sendo necessária cirurgia. Relativamente comum, incide em 23% das dilatações de vias excretoras vistas no ultra-som intra-útero, é três vezes mais freqüente no menino e em 75% dos casos é unilateral e do lado esquerdo.

Ureter Ectópico
O orifício ureteral está em local não habitual, podendo estar implantado na uretra, ou mesmo fora das vias urinárias, como vagina nas meninas ou vesícula seminal nos meninos. Os sintomas dependem do local de implantação do ureter, podendo ser perdas urinárias contínuas (quando estão na vagina), infecções urinárias ou até mesmo lesões nos rins. O tratamento é cirúrgico e quando a função renal é boa, o ureter é colocado na bexiga. A incidência é estimada de uma em cada 1.900 pessoas, sendo que 80% dos casos ocorrem em unidades superiores de rins com duplicidade pielo-ureteral.

Ureterocele
É a dilatação cística ("forma uma bolha") na extremidade do ureter (na união com a bexiga). Pode ser diagnosticada por ultra-som ante-natal (mais freqüente) ou devido à infecção urinária. O tratamento varia de caso para caso, podendo ser observação ou cirurgia. A incidência varia de um caso para 500 até 4.000 crianças, é raríssima na raça negra. Ocorre quatro vezes mais nas meninas, sendo que em 80% das crianças, o rim apresenta duplicidade pielo-ureteral completa.

Refluxo vésico-ureteral
É o fluxo retrógrado da urina da bexiga para o rim, devido à imperfeição da "válvula" na junção do ureter com a bexiga. Pode ser assintomático, causar infecção urinária ou até mesmo chegar à insuficiência renal. É a causa mais freqüente de infecção urinária na infância. O tratamento depende da intensidade (grau) e dos sintomas, podendo ser uso de antibióticos contínuos, cirurgia endoscópica ou cirurgia convencional. Acomete de 1 a 18% da população. Incide quatro vezes mais nas meninas, sobretudo da raça branca, numa proporção de 10 para 1.

Tumor de Wilms
Tumor renal maligno mais freqüente na infância, geralmente descoberto pelo aparecimento de "massa palpável" no abdome. Em casos mais avançados pode causar dor, anemia, perda do apetite e emagrecimento. O tratamento é a remoção cirúrgica (laparoscópica ou convencional) e dependendo do estágio é necessário radioterapia e quimioterapia. Cura-se cerca de 90% dos casos. É responsável por 6% de todos cânceres na infância, acomete em 80% dos casos crianças até 15 anos, com maior acometimento dos 3 aos 4 anos. Em 10% das crianças incide nos dois rins.

Nefroma Mesoblástico Congênito
Tumor renal geralmente benigno, porém excepcionalmente pode disseminar pelo organismo. Pode causar sangramento na urina ou no abdome, anemia e tumoração na barriga. O tratamento é a remoção cirúrgica, que é curativa na maioria dos casos. Raramente pode ser necessário radioterapia. Geralmente diagnosticado até o sexto mês de vida, sendo mais freqüente nos meninos. Em 10% das crianças incide nos dois rins.

Extrofia da Bexiga
É um defeito na formação da bexiga, que se encontra aberta e exposta na barriga. Há também defeito nos músculos do abdome e dos ossos da bacia. Outras anomalias podem estar associadas. O tratamento é uma cirurgia complexa, onde se fecha a bexiga e corrige os defeitos ósseos e musculares. Freqüentemente são necessárias outras cirurgias e ficam algumas seqüelas. A anomalia é rara e acomete um caso para 30.000 nascimentos, é duas vezes mais comum no menino.

Síndrome de Prune Belly
É a associação de deficiência da musculatura abdominal (barriga como "pele de ameixa"), alterações do trato urinário (uretra, ureteres e bexiga) e ausência de testículos no escroto. Freqüentemente desenvolve infecção urinária. O tratamento é cirúrgico, com colocação dos testículos no escroto, correção das anomalias urinárias e de parede abdominal. Acomete um caso para cada 50.000 nascimentos, anomalia típica dos meninos, porém em 5% dos casos ocorre em meninas.

Mielodisplasia
Defeito congênito na coluna vertebral, causando herniação da medula ("tecidos nervosos"). Geralmente afeta os nervos da bexiga, das pernas e do intestino. Na parte urinária, a micção é comprometida e o tratamento é individualizado e começa já no nascimento. É comum haver refluxo vésico-ureteral (20-50% dos casos) e infecção urinária. A incidência que era de um para 1.000 nascimentos, está diminuindo, sobretudo devido à administração rotineira de ácido fólico para as mães antes e durante a gestação.

Enurese Noturna
É a micção involuntária durante o sono, em crianças sem anomalias, que já o possuem o controle urinário diurno. Há várias causas envolvidas, principalmente a hereditariedade. A maioria das crianças tem resolução espontânea e os tratamentos medicamentosos são indicados após os 8 anos. Aos 7 anos, 3% das meninas e 7% dos meninos são enuréticos. A resolução espontânea é de 15% ao ano e 99% das crianças adquirem o controle urinário perfeito até os 15 anos. Cerca de 60% dos pais foram enuréticos.

Disfunção Miccional
São alterações miccionais na criança neurologicamente normal. Na maioria das vezes ocorre perdas urinárias diurnas e noturnas, freqüência urinária aumentada, podendo ocorrer infecção urinária e também constipação intestinal com perda de fezes. São necessários exames específicos e tratamento que na maioria das vezes são com medicamentos e modificações do comportamento. É uma entidade clínica comum, responsável por até 40% das crianças que procuram o urologista pediátrico. É a causa mais freqüente de infecção urinária na infância na ausência de anormalidades congênitas.

Válvula de Uretra Posterior
Anormalidade congênita exclusiva do sexo masculino que causa obstrução ao fluxo urinário e pode ocasionar lesões graves na bexiga e rins. Na maioria das vezes o diagnóstico é feito por ultra-som gestacional, sendo em alguns casos mais graves, indicação de cirurgia intra-uterina. Quando o diagnóstico é realizado na criança maior, o tratamento consiste em cirurgia endoscópica. É a causa mais comum de obstrução do fluxo urinário em pediatria, incidindo em um a cada 8.000 meninos, sendo responsável por 10% das dilatações renais diagnosticadas intra-útero.

Hipospádia
Anomalia do desenvolvimento fetal masculino, caracterizada pela abertura da uretra fora do local habitual (extremidade da glande), podendo estar em vários locais ao longo do eixo do pênis, no escroto ou até no períneo. Comumente apresenta curvatura peniana associada e o tratamento é sempre a correção cirúrgica que deve ser realizada dos seis meses aos 2 anos. Nos casos graves, é freqüente a necessidade de mais de uma cirurgia. Anomalia freqüente que acomete de um para 125 a 250 meninos, cuja incidência tem aumentado nos últimos anos, podendo estar relacionada aos tratamentos para engravidar.

Estenose de Uretra
Estreitamento na uretra masculina que pode causar dificuldade ao fluxo urinário. Pode ser congênito, mas é mais freqüente estar relacionada a inflamação ou infecção. O local do estreitamento mais comum é na extremidade da uretra (meato), e o tratamento é cirúrgico. Entidade rara de incidência desconhecida. Pode ser responsável por 3% das consultas ao urologista pediátrico.

Fimose
É a impossibilidade de retrair a pele do pênis (prepúcio) para expor a glande (cabeça). É preciso diferenciar das aderências normais do prepúcio que acometem todas as crianças, mas que até os 3 anos, ocorre a espontânea retração. O tratamento é feito com cremes ou pomadas e se não resolverem, a cirurgia é utilizada. Deve-se evitar as "massagens" forçadas. Com 3 anos, 90% dos meninos conseguem retrair o prepúcio e expor a glande. Aos 17 anos, cerca de 1% dos jovens permanecem com fimose. É uma das causas do câncer de pênis, e tem maior incidência de doenças sexualmente transmissíveis, como HIV e HPV.

Criptorquidismo
É a ausência do testículo na bolsa escrotal. Pode ser uni ou bilateral. Na maioria das vezes, o testículo fica retido na região inguinal ou abdominal, mas pode ocorrer a agenesia (ter nascido sem). O tratamento cirúrgico é mandatária; e deve ser realizada até 1 ano. Os testículos que permanecem fora do escroto após dois anos, já apresentam lesões irreversíveis, que podem levar a infertilidade (impossibilidade de ter filhos). Uma das anomalias mais comuns da infância ocorre em 3 a 4% das crianças, sendo ainda mais freqüente nos prematuros, 30%.

Hidrocele
Presença de líquido no escroto. Na maioria das vezes regride espontaneamente até o primeiro ano de vida. Quando não regredir ou for muito grande, a cirurgia se impõe. Ocorre em cerca de 6% dos meninos.

Hérnia Inguinal
Causa abaulamento na região inguinal e nos meninos pode descer até o escroto. O tratamento é sempre cirúrgico. Acomete de 1 a 4% das crianças, principalmente no primeiro ano de vida, sendo mais freqüentes nos meninos. Em 10% dos casos são bilaterais.

Escroto Agudo
Dor súbita no testículo, e com aumento de volume. Pode estar acompanhado de náuseas, sudorese e inquietação. Às vezes febre e vermelhidão. Ocorre preferencialmente em adolescentes e é uma urgência urológica. Pode ser uma infecção (orquiepididinte) ou torção do testículo. O diagnóstico é confirmado com ultra-som com doppler. Nas infecções o tratamento é medicamentoso; nas torções, está indicada cirurgia com urgência, pois os testículos torcidos após 6 horas do início da dor, podem apresentar lesões irreversíveis, causando infertilidade. Pode ocorrer em até um caso para 4.000 jovens até os 25 anos.

Litíase Urinária
O cálculo urinário ("pedra nos rins") também pode ocorrer na infância, podendo acarretar dores, infecções ou até mesmo lesão renal. O tratamento é individualizado e pode requerer cirurgias ou litotripsia ("quebra-pedra"). É fundamental fazer exames para saber da necessidade de dieta ou medicamentos. Cerca de 5 a 10% da população geral tem Litíase, sendo que 2 a 3% ocorre na infância.

Infecção Urinária - na criança maior, que já tenha tirado as fraldas, causa dor e ardência ao urinar, aumento de freqüência e indisposição. Nos recém natos ou lactentes, irritação, gemedeira, inapetência ou falta de ganho de peso. A febre é uma manifestação freqüente. Toda criança com febre inexplicável deve realizar um exame de urina. O tratamento é feito com antibióticos e uma investigação (ultra-som e R.X.) é fundamental para saber a causa da infecção. Acomete 2 a 3% das crianças. É a 2ª infecção bacteriana da infância, só superada pelas vias aéreas superiores.