Diabetes Mellitus (DM) - IUN - Urologia

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Nefrologia

Diabetes Mellitus (DM)

Uma epidemia de DM está em curso. Atualmente, estima-se que a população mundial com diabete é da ordem de 382 milhões de pessoas e que deverá atingir 471 milhões em 2035. Cerca de 80% desses indivíduos vivem em países em desenvolvimento, onde a epidemia tem maior intensidade com o aumento e envelhecimento crescente população.

No Brasil, no final da década de 1980, a prevalência na população adulta era de 7,6%, enquanto dados recentes apontam uma incidência de 13 a 15%. No ano de 2013, a estimativa era que 12 milhões de brasileiros, entre 20 a 79 anos tinham diabetes.

É uma doença geneticamente determinante, ou seja, segue algum padrão de hereditariedade e engloba principalmente dois subtipos, o chamado tipo I que é dependente de insulina e o tipo II, não obrigatoriamente dependente de insulina. A doença decorre, portanto, de uma falta absoluta ou relativa de insulina.
A deficiência de produção e/ou de ação da insulina leva à sintomas agudos e a complicações crônicas características.

O distúrbio envolve o metabolismo da glicose, das gorduras e das proteínas e tem graves conseqüências tanto quando surge rapidamente como quando se instala lentamente. Nos dias atuais se constitui em problema de saúde pública pelo número de pessoas que apresentam a doença, principalmente no Brasil.

Hoje a principal causa de insuficiência renal irreversível e que pode levar uma pessoa a ter que realizar diálise é a diabete mellitus de muitos anos de evolução e principalmente  com mal controle. Fica claro que a diabete tem tratamento e suas complicações podem ser evitadas, desde que as orientações de seu médico e nutricionistas sejam seguidas.

 

Apresenta diversas formas clínicas, sendo classificado em:


Diabetes Mellitus tipo I:

Ocasionado pela destruição da célula beta do pâncreas, em geral por decorrência de doença auto-imune, levando a deficiência absoluta de insulina.


Diabetes Mellitus tipo II:

Provocado predominantemente por um estado de resistência à ação da insulina associado a uma relativa deficiência de sua secreção.


Outras formas de Diabetes Mellitus:

Quadro associado a desordens genéticas, infecções, doenças pancreáticas, uso de medicamentos, drogas ou outras doenças endócrinas.


Diabetes Gestacional:

Circunstância na qual a doença é diagnosticada durante a gestação, em paciente sem aumento prévio da glicose.


Como se desenvolve?

Conforme pode ser observado no item acima (formas clínicas), são várias as causas do DM.

No DM tipo I, a causa básica é uma doença auto-imune que lesa irreversivelmente as células pancreáticas produtoras de insulina (células beta). Geralmente o diagnóstico é feito na infância ou adolescência, principalmemte dos 10 aos 14 anos. Assim sendo, nos primeiros meses após o início da doença, são detectados no sangue dos pacientes, diversos anticorpos sendo os mais importantes o anticorpo anti-ilhota pancreática, o anticorpo contra enzimas das células beta (anticorpos antidescarboxilase do ácido glutâmico - antiGAD, por exemplo) e anticorpos anti-insulina.

No DM tipo II, ocorrem diversos mecanismos de resistência a ação da insulina, sendo o principal deles a obesidade, que está presente na maioria dos pacientes.

Nos pacientes com outras formas de DM, o que ocorre em geral é uma lesão anatômica do pâncreas, decorrente de diversas agressões tóxicas seja por álcool, drogas, medicamentos ou infecções, entre outras.

Os sintomas do DM são decorrentes do aumento da glicemia e das complicações crônicas que se desenvolvem a longo prazo.


Os sintomas do aumento da glicemia são:

• Sede excessiva

• Aumento do volume da urina

• Aumento do número de micções

• Surgimento do hábito de urinar à noite

• Fadiga, fraqueza, tonturas

• Visão borrada

• Aumento de apetite

• Perda de peso.

 

Estes sintomas tendem a se agravar progressivamente e podem levar a complicações severas que são a cetoacidose diabética (no DM tipo I) e o coma hiperosmolar (no DM tipo II).

Os sintomas das complicações envolvem queixas visuais, cardíacas, circulatórias, digestivas, renais, urinárias, neurológicas, dermatológicas e ortopédicas, entre outras.

Sintomas renais: O envolvimento dos rins no paciente diabético evolui lentamente e sem provocar sintomas. Os sintomas quando ocorrem em geral já significam uma perda de função renal significativa. Esses sintomas são: inchaço nos pés (edema de membros inferiores), aumento da pressão arterial, anemia e perda de proteínas pela urina (proteinúria).

O diagnóstico pode ser presumido em pacientes que apresentam os sintomas e sinais clássicos da doença, que são: sede excessiva, aumento do volume e do número de micções (incluindo o surgimento do hábito de acordar a noite para urinar), fome excessiva e emagrecimento. Na medida em que um grande número de pessoas não chega a apresentar esses sintomas, durante um longo período de tempo, e já apresentam a doença, recomenda-se um diagnóstico precoce.

O diagnóstico laboratorial do Diabetes Mellitus é estabelecido pela medida da glicemia no soro ou plasma, após um jejum de 8 a 12 horas. Em decorrência do fato de que uma grande percentagem de pacientes com DM tipo II descobre sua doença muito tardiamente, já com graves complicações crônicas, tem se recomendado o diagnóstico precoce e o rastreamento da doença em várias situações. O rastreamento de toda a população é porém discutível.


Existem situações nas quais estão presentes fatores de risco para o Diabetes Mellitus, conforme apresentado a seguir:

• Idade maior ou igual a 45 anos

• História Familiar de DM ( pais, filhos e irmãos)

• Sedentarismo

• HDL-c baixo ou triglicerídeos elevados

• Hipertensão arterial

• Doença coronariana

• DM gestacional prévio

• Filhos com peso maior do que 4 kg, abortos de repetição ou morte de filhos nos primeiros dias de vida

• Uso de medicamentos que aumentam a glicose (cortisonas, diuréticos tiazídicos e beta-bloqueadores)